sexta-feira, 30 de janeiro de 2009


Estava selado o acordo entre Deus e o Diabo.

Deus deu uma espécie de carta branca a Lúcifer, que prometeu cuidar de tudo.

Mas os jornais estavam em alerta.

Lúcifer e jeovah estão trancados na maestria há tempos

o maestro não sai de sua sala desde o ‘grand’espetáculo

Os dois jornais da cidade notificavam o tempo enorme que deus levou com lúcifer.

Quando os dois saíram da central, diversos jornalistas amontoaram-se no portão gigantesco do prédio. Os jornalistas estavam afoitos por saber o que se passava para eles terem se trancado tanto tempo. A angélia não continha a curiosidade.

Lúcifer, cinicamente:

- nós começamos a discutir sobre música, nos empolgamos e a discussão foi se alongando...

Uns diziam que lúcifer estava ficando louco, outros diziam que Deus bronqueara com o Serafim. Outros ainda diziam que Deus bronqueara com o serafim porque ele estava ficando louco. Mas nenhum até agora entendera o que se passava com Lú. Alguma coisa chamava atenção naquelas músicas, mas a doideira do Serafim permanecia um mistério. Alguns (“especialistas”) diziam que no longo período em que Deus se internou com Lúcifer, ele se esquecera totalmente da administração da angélia, o que geraria um certo distúrbio na organinização substancial da angélia, mas Deus se justificava:

- Ora, Eu fui elogiar Augustus, nós nos entretivemos com a conversa e esquecemos de tudo. Qual é o mal? O que pode acontecer?

lúcifer afastou-se do lugar, e Fabríciel, que obviamente também compunha aquela massa jornalística, se destacou e foi ao encontro de lúcifer, que vagava pelos campos vermelhos (num tom muito escuro).

Faby mal se aproximou e já foi perguntando pelo resultado daquela conversa, pois já sabia do que se tratava, e não era nenhuma discussão musical coisa nenhuma.

- E aê, Lú, como foi?

- e aê, Fabão?

- saiu algum resultado daquela internação?

- muita coisa, Faby, muita coisa... por onde começar...

- um minuto!

Fabriciel pegou na sua bolsinha um bloco onde tomava notas e disse:

- isso pode ser uma exclusiva?

- é claro, seu aproveitador...

- tá. Conta logo, mané.

- mas calmaê, vc não vai colocar a versão que eu vou te falar não, né...

- não, mas o importante é que a minha versão falsa vai ser exclusiva e escrita por vc.

- sério?

- é.

- massa, então. pois bem... o maioral foi à maestria para rasgar um pouco de seda e ao mesmo tempo tomar satisfação sobre a minha repentina doideira.

- e o que? Ficou aquele tempo todinho te dando bronca?

- claro que não. Aí eu tive o meu segundo ataque de doideira.

- Como assim?

- expus o meu plano a ele. Com a maior cara limpa.

- como? E ele?

- na verdade eu fui rodeando um pouco antes de falar às escâncaras. Afinal, primeiro eu tive de despí-lo da sua moral falsa antes que ele percebesse, para que quando eu fosse ao assunto ele já não pudesse se fazer de inocente e nem me testar. Quando ele se entregou de corpo e alma à maquiavelidade...

- vc tem uma mania de usar umas palavras que nem existem... só vc que conhece...

- Esquece. Quando ele se jogou no articulismo, e não podia mais negar a sua verve, foi só convencer ele de que o mundo ia acabar se ele não fizesse como eu falava. Até que ele resistiu um pouco, mas no final, o lorde só faltou me aplaudir.

- seu anjo herege.

- reclama das minhas palavras e me ofende, mas está usando uma palavra proibida que pouca gente por aqui conhece...

- pelo menos a minha é de pouca gente. A sua é de ninguém. Acho que nem o lorde sabe isso.

- bem, vc já sabe o que é lorde, né. Eu só não sei agora por onde começar a tal da revolução.

Lúcifer pensa um pouco. Quebra repentinamente o silencio com um barulho escandaloso.

- dôôÔOÔÔôôOôOôR!

Fabrício olha como quem diz ”que diabo é isso?!?!”

- é claro! Primeiro eu tenho que incitar um pequeno grupo de pessoas que vai agitar e incitar um grupo maior e agitar mais ainda...

- é claro, né...

- mas eu preciso de um lugar onde as pessoas certas estejam reunidas...

- é, tem que pensar n’algum...

- algum lugar tipo, sei lá, um sarau...

- claro lú, pode ser no sarau!

- Isso, faby, no sarau! Excelente idéia!

- legal... viva nós!

***


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