Estava selado o acordo entre Deus e o Diabo.
Deus deu uma espécie de carta branca a Lúcifer, que prometeu cuidar de tudo.
Mas os jornais estavam em alerta.
“Lúcifer e jeovah estão trancados na maestria há tempos”
“o maestro não sai de sua sala desde o ‘grand’espetáculo“
Os dois jornais da cidade notificavam o tempo enorme que deus levou com lúcifer.
Quando os dois saíram da central, diversos jornalistas amontoaram-se no portão gigantesco do prédio. Os jornalistas estavam afoitos por saber o que se passava para eles terem se trancado tanto tempo. A angélia não continha a curiosidade.
Lúcifer, cinicamente:
- nós começamos a discutir sobre música, nos empolgamos e a discussão foi se alongando...
Uns diziam que lúcifer estava ficando louco, outros diziam que Deus bronqueara com o Serafim. Outros ainda diziam que Deus bronqueara com o serafim porque ele estava ficando louco. Mas nenhum até agora entendera o que se passava com Lú. Alguma coisa chamava atenção naquelas músicas, mas a doideira do Serafim permanecia um mistério. Alguns (“especialistas”) diziam que no longo período
- Ora, Eu fui elogiar Augustus, nós nos entretivemos com a conversa e esquecemos de tudo. Qual é o mal? O que pode acontecer?
lúcifer afastou-se do lugar, e Fabríciel, que obviamente também compunha aquela massa jornalística, se destacou e foi ao encontro de lúcifer, que vagava pelos campos vermelhos (num tom muito escuro).
Faby mal se aproximou e já foi perguntando pelo resultado daquela conversa, pois já sabia do que se tratava, e não era nenhuma discussão musical coisa nenhuma.
- E aê, Lú, como foi?
- e aê, Fabão?
- saiu algum resultado daquela internação?
- muita coisa, Faby, muita coisa... por onde começar...
- um minuto!
Fabriciel pegou na sua bolsinha um bloco onde tomava notas e disse:
- isso pode ser uma exclusiva?
- é claro, seu aproveitador...
- tá. Conta logo, mané.
- mas calmaê, vc não vai colocar a versão que eu vou te falar não, né...
- não, mas o importante é que a minha versão falsa vai ser exclusiva e escrita por vc.
- sério?
- é.
- massa, então. pois bem... o maioral foi à maestria para rasgar um pouco de seda e ao mesmo tempo tomar satisfação sobre a minha repentina doideira.
- e o que? Ficou aquele tempo todinho te dando bronca?
- claro que não. Aí eu tive o meu segundo ataque de doideira.
- Como assim?
- expus o meu plano a ele. Com a maior cara limpa.
- como? E ele?
- na verdade eu fui rodeando um pouco antes de falar às escâncaras. Afinal, primeiro eu tive de despí-lo da sua moral falsa antes que ele percebesse, para que quando eu fosse ao assunto ele já não pudesse se fazer de inocente e nem me testar. Quando ele se entregou de corpo e alma à maquiavelidade...
- vc tem uma mania de usar umas palavras que nem existem... só vc que conhece...
- Esquece. Quando ele se jogou no articulismo, e não podia mais negar a sua verve, foi só convencer ele de que o mundo ia acabar se ele não fizesse como eu falava. Até que ele resistiu um pouco, mas no final, o lorde só faltou me aplaudir.
- seu anjo herege.
- reclama das minhas palavras e me ofende, mas está usando uma palavra proibida que pouca gente por aqui conhece...
- pelo menos a minha é de pouca gente. A sua é de ninguém. Acho que nem o lorde sabe isso.
- bem, vc já sabe o que é lorde, né. Eu só não sei agora por onde começar a tal da revolução.
Lúcifer pensa um pouco. Quebra repentinamente o silencio com um barulho escandaloso.
- dôôÔOÔÔôôOôOôR!
Fabrício olha como quem diz ”que diabo é isso?!?!”
- é claro! Primeiro eu tenho que incitar um pequeno grupo de pessoas que vai agitar e incitar um grupo maior e agitar mais ainda...
- é claro, né...
- mas eu preciso de um lugar onde as pessoas certas estejam reunidas...
- é, tem que pensar n’algum...
- algum lugar tipo, sei lá, um sarau...
- claro lú, pode ser no sarau!
- Isso, faby, no sarau! Excelente idéia!
- legal... viva nós!
***
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